De janeiro a julho deste ano, já ocorreram 467 acidentes com vítimas fatais no trânsito capixaba, segundo o diretor técnico do Detran, George Pereira Alves. O diretor acrescenta que, anualmente, são gastos R$ 45 bilhões no país com socorro e tratamento de vítimas de acidentes de trânsito, citando dados do Ministério da Saúde (MS). Para ele, esses acidentes e gastos poderiam ser evitados com educação preventiva.
Um levantamento especial produzido pela Seguradora Líder, administradora do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (Dpvat) para marcar a Semana Nacional e Dia Nacional do Trânsito, mostra que, apesar da diminuição nos números de acidentes, a situação no Brasil ainda é preocupante. Em 2018, o país atingiu a média de 18 indenizações pagas por morte, pelo Seguro DPVAT, a cada 100 mil habitantes.
O Espírito Santo ficou em 13º lugar com 821 indenizações pagas, com índice de 21 por 100 mil habitantes, enquanto o Tocantins foi o campeão absoluto, com média de 38 por cem mil moradores.
Como comparação, a taxa de mortalidade por crimes violentos, como homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte, foi de 24,75. As estatísticas indicam, portanto, que o trânsito ainda deixa milhares de vítimas fatais no país: nos últimos dez anos, foram pagas mais de 485 mil indenizações do seguro obrigatório por este tipo de ocorrência, sendo as motocicletas as principais responsáveis. De 2009 para 2018, o veículo foi o único a apresentar aumento de sinistros pagos por morte, saltando de 16.974 para 18.955 benefícios.
Assembleia Legislativa – Como parte da Semana Nacional e do Dia Nacional do Trânsito a Assembleia Legislativa (Ales) promoveu sessão especial para debater a segurança no trânsito, nesta quarta-feira, 25, no plenário Dirceu Cardoso. A reunião foi proposta pelo deputado Delegado Lorenzo Pazolini (sem partido).
Durante a sessão especial, os técnicos inspetores da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apresentaram instruções de como se comportar no trânsito, dados sobre acidentes, segurança, a relação de segurança entre os veículos nas vias e todos em relação aos pedestres, a ingestão de álcool e o uso indevido do celular no trânsito. Estiveram presentes à sessão alunos do ensino médio de quatro instituições de ensino de Vitória.
Irresponsabilidade – O comandante do Batalhão de Trânsito da Política Militar, tenente coronel Glariston Fonseca Nascimento, destacou que educação, engenharia e fiscalização são os três pilares da segurança no trânsito.
Ele defendeu que a participação consciente e a mudança de cultura do cidadão são fundamentais, caso contrário, todo o esforço serão em vão. “Se nós quisermos alterar essa situação, passa pela mudança de comportamento. Temos de parar de considerar que uma pessoa que dirige sob o efeito de álcool é uma pessoa de bem, ela é uma irresponsável”, enfatizou.
Mudar a cultura – Para o deputado Delegado Lorenzo Pazolini o debate proposto na sessão busca estreitar o relacionamento das instituições visando fomentar um comportamento mais adequado e condizente com racionalidade do ser humano. “Precisamos de uma cultura da vida. Noventa por cento das mortes são provocadas pelo motorista”, destacou.
“Precisamos de fiscalização, sim, mas precisamos mudar a cultura, e para isso precisamos investir em vocês [estudantes presentes no Plenário]”. Pazolini falou do uso do cinto de segurança, que há bem pouco tempo era inimaginável. “Hoje, o motorista não precisa pedir para o passageiro para colocar o cinto de segurança. Já é um ato automático”, exemplificou. (Weber Andrade com Webales)