O prefeito Alencar Marim e praticamente todo o seu secretário estiveram presentes na tarde desta sexta-feira, 14, no auditório da Secretaria Municipal de Educação (Semec), no antigo Colégio Santa Terezinha, para debater as ações de contenção dos focos do mosquito aedes aegyti, que vem tirando o sono e a saúde de grande parte dos francisquenses.
O avanço dos casos suspeitos de dengue (veja boletim epidemiológico atualizado mais abaixo) de acordo com a coordenação da Vigilância Epidemiológica (VE) do município está diretamente relacionada à falta de cuidados da população com o próprio domicílio. Segundo a VE, 68% dos focos estão dentro das residências e outros 28% em imóveis comerciais, depósitos de materiais de construção, entre outros.
Ou seja nas áreas públicas como ruas, avenidas e praça ou mesmo nos cursos d’água estão apenas 4% dos focos. Mas estes 4% ajudam a propagar substancialmente o mosquito uma vez que cada fêmea pode dar origem a 1.500 mosquitos durante a sua vida. Os ovos são distribuídos por diversos criadouros – estratégia que garante a dispersão e preservação da espécie. Se a fêmea estiver infectada pelo vírus da dengue quando realizar a postura de ovos, há a possibilidade de as larvas filhas já nascerem com o vírus, no processo chamado de transmissão vertical.
Inicialmente, os ovos possuem cor branca e, com o passar do tempo, escurecem devido ao contato com o oxigênio. O ovo do aedes aegypti mede aproximadamente 0,4 mm de comprimento e é difícil de ser observado.
Na reunião desta sexta-feira, que contou também com a presença de vereadores e atores ligados ao setor de Saúde, foram apresentadas metas e ações de prevenção à reprodução do mosquito
A situação chegou a tal ponto que já foram confirmadas em todo o Espírito Santo, 20 mortes provocadas pela dengue em forma mais devastadora, a hemorrágica. Uma delas aconteceu há duas semanas, em Barra de São Francisco, com a empresária Maria José Nogueira vindo a falecer com diagnóstico de dengue hemorrágica.
Uma servidora do Hospital Estadual Dr. Alceu Melgaço Filho (Hedamf), Vera Lúcia, também foi diagnosticada com dengue hemorrágica e transferida para um hospital de São Mateus, mas conseguiu recuperar-se.
Estatísticas – Em todo o Estado, segundo o 23º Boletim Epidemiológico da Dengue, divulgado semanalmente pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), foram notificados 45.195 casos de dengue com incidência de 1.137,73 casos por 100 mil habitantes entre a semana epidemiológica (SE) 01 (30/12/2018 a 05/01/2019) e a SE 23 (02/06/2019 a 08/06/2019). Foram confirmados 20 óbitos.
O ministério da Saúde considera três níveis de incidência acumulada das quatro últimas semanas dos casos de dengue: baixa (menos de 100 casos/100 mil habitantes), média (de 100 a 300 casos/100 mil habitantes) e alta (mais de 300 casos/100 mil habitantes). A taxa de incidência é um importante indicador de alerta e ajuda a orientar as ações de combate à dengue. (Weber Andrade)