Ao contrário do ano passado, quando a Festa do Padroeiro São Francisco de Assis foi celebrada com várias atividades, inclusive, corrida de rua, este ano, devido à pandemia da Covid-19, o evento está restrito à celebração de três missas na Matriz e uma carreata com a imagem do Padroeiro, no final da tarde de hoje, 4
De acordo com o pároco, padre Belmiro Ohnezorge, a programação seria antecipada para o sábado, 3, não fosse a pandemia, porque estamos em ano eleitoral.
“A data cairia justamente no dia da eleição, mas, devido à pandemia a eleição foi transferida para novembro e isso permitiu que nós pudéssemos manter a comemoração da data neste domingo, dia 4”.
O padre disse ainda que não haverá novenas e outros eventos ligados ao Dia de São Francisco de Assis, mas serão mantidas as missas presenciais que acontecem desde o dia 19 deste mês. “Teremos três missas no domingo. A primeira será presidida por mim, às 7h, a segunda será presidida pelo nosso bispo, Dom Paulo Dal’Bó, às 10h e a última missa do dia foi antecipada para as 17h. Logo em seguida teremos uma carreata com a imagem do Padroeiro”, resume.
O padre pede que, na missa das 10h, pelo menos duas pessoas das comunidades rurais se façam presentes, mas lembra que será preciso inscrição e retirada de senha para participar das missas, que estarão restritas a 350 pessoas e seguindo todos os protocolos de higiene e distanciamento. (Weber Andrade)
Biografia de São Francisco de Assis
Por Dilva Frazão/e-biografia.com
São Francisco de Assis (1182-1226) foi um religioso italiano, fundador da Ordem dos Franciscanos. Era filho de um rico comerciante, mas fez votos de pobreza. Foi canonizado pelo papa Gregório IX, dois anos depois de sua morte. É conhecido como o protetor dos animais.
Giovanni di Pietro di Bernardoni, nome de Francisco de Assis, nasceu em Assis, na Itália, no dia 5 de julho de 1182. Era filho de Pica Bourlemont e Pedro Bernardone Maricone, rico e conceituado comerciante de tecidos de Assis.
Seu pai estava na França quando o filho nasceu, na volta rebatizou-o com o nome de Francesco, isto é ‘francês”
Francisco de Assis estudou na escola Episcopal, onde aprendeu a ler, escrever e principalmente contar. Enriquecer era uma obsessão naquela época. Ajudava seu pai no comércio, mas viver atrás de um balcão não era trabalho que o atraia.
Em 1197, morre o imperador romano-germânico, Henrique VI, senhor de grande parte da Itália, mas seu filho tinha apenas dois anos e vários nobres disputavam o trono. O Ducado de Assis era controlado pelo duque de Spoleto, que cobrava pedágio de tudo que atravessasse a região.
Inicia-se então uma revolta dos mercadores de Assis, que destroem a fortaleza do duque e conseguem conquistar o poder. Em 1198 Inocêncio III é eleito papa e a Santa Sé quer tirar vantagem com o enfraquecimento do império. Um enviado do pontífice logo chega à cidade de Assis, com o encargo de substituir o governador imperial.
Entre 1201 e 1202, os revoltosos organizam uma tropa para dar combate à nobreza feudal que recebera do imperador um privilégio que irritava os mercadores. Francisco participou das lutas entre Assis e Perúsia e ficou preso por quase um ano.
Em 1203, de volta a sua cidade, tenta recuperar o tempo perdido. Entrega-se a uma vida de festas e torneios, mas logo se mostra insatisfeito e resolve mudar de vida e resolve ser cavaleiro.
Para chegar a esse posto teria que começar como escudeiro de um nobre. Francisco parte para sua missão. Durante o percurso, ao encontrar os mendigos, vai se desfazendo de seus pertences.
Decide voltar para sua casa, sem a glória que a família esperava, e indagando dizia:
“Como pode haver tanta injustiça, tanto luxo, ao lado de tanta pobreza?”.
A Conversão
Conta-se que em 1206, orando na capela de São Damião, em Assis, Francisco ouviu de Deus as seguintes palavras: “Vá, Francisco, e restaure a Minha Casa!”. Imaginando tratar-se de reconstruir a Capela, volta para casa, vende boa parte dos tecidos do pai, e entrega-se ao serviço de Deus e dos miseráveis.
Em 1208, afinal compreende o sentido da mensagem: restaurar a igreja como instituição, uma vez que ela havia se desviado dos ensinamentos de Cristo e vivia cercada de opulência. Faz votos de pobreza e começa a pregar sua doutrina.
Francisco de Assis, decidido a cumprir as Escrituras sagradas, passa a viver voltado apenas para o espírito. Seus sermões eram cada vez mais frequentados, sua fama vai se espalhando e as poucos já tinha seguidores, dispostos a formar uma nova ordem religiosa.
Em 1208, pede autorização ao papa para fundar uma irmandade mendicante. Em 1219 estava fundada a “Ordem dos Irmãos Mendigos de Assis”, que se instalou em cabanas no alto dos montes e no interior das cavernas, renunciando qualquer forma de propriedade.
Ordem dos Franciscanos
Em 1215, no intuito de resguardar a autoridade papal, o Concílio de Latrão reconhece a “Ordem dos irmãos Menores de Assis”. O Cardeal Ugolino é designado “protetor” da Ordem. Francisco consente repartir seus discípulos em dois grupos para seguir em peregrinação pelo mundo para disseminar o sentimento da fé cristã e converter os infiéis.
Durante a peregrinação, os franciscanos tiveram seus primeiros martírios, cinco discípulos foram mortos, em Ceuta, pelos muçulmanos pois recusarem sua conversão ao islamismo.
Francisco de Assis embarca para a Terra Santa, onde é aprisionado e levado ao Sultão. Para mostrar a superioridade da fé cristã, Francisco anda sobre brasas e imediatamente é libertado.
Em 1220, Assis volta para a Itália e encontra uma cisão no movimento. Alguns discípulos, pressionados por Ugolino, preconizam uma reforma, com novas “regras”, menos severas quanto ao voto de pobreza.
Em 1221, Assis apresenta um texto com a nova “Regra” para a ordem: “Observar o Santo Evangelho, viver da obediência, da castidade e não possuir absolutamente nada, e só dividir a pobreza”.
O texto é recusado pelo cardeal Ugolino. Em 1223, o texto é retocado e finalmente aceito pelo papa Honório III. Os franciscanos perdem muito dos traços que os distinguiam.
Morte
Em 1224, decepcionado e doente, Francisco de Assis é obrigado a moderar suas atividades. Nesse mesmo ano renuncia a direção efetiva da irmandade que criara, e em companhia dos discípulos parte em direção à floresta, para viver em contato com a natureza.
Conta-se que na floresta, em sua presença, os peixes saltavam da água e os pássaros pousavam em seus ombros. Certo dia orando, no alto do rochedo, desceu do céu um serafim de asas resplandecentes, trazendo nos braços uma cruz.
Quando a imagem desaparece, Francisco percebe marcas de sangue nas mãos e pés, como se tivessem sido atravessados por pregos. Doente, Francisco implora que o levem para Assis, onde quer morrer.
São Francisco de Assis faleceu assistido pelos discípulos, em Assis, Itália, no dia 3 de outubro de 1226. Dois anos depois de sua morte, é canonizado pelo papa Gregório IX.
Na igreja de São Francisco de Assis, Assis, Itália, inaugurada em 1256, estão guardados os restos mortais do santo.
Oração de São Francisco
Senhor, fazei-me instrumento da vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais:
consolar que ser consolado;
compreender que ser compreendido;
amar que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
É perdoando que se é perdoado
E é morrendo que se vive para a vida eterna!
História de Barra de São Francisco
O município de Barra de São Francisco foi criado pela Lei 15.177, de 31 de outubro de 1943, desmembrado de São Mateus, com a sua instalação efetivada em 1º de março de 1944.
A data oficial escolhida para as comemorações do seu aniversário de emancipção, entretanto, foi 4 de outubro, Dia de São Francisco de Assis, padroeiro da cidade.
A região começou a ser povoada em 1927, quando um grupo de lavradores procedentes de Minas Gerais, Colatina e São Mateus, à procura de terras devolutas, estabeleceu-se na confluência dos rios São Francisco e Itaúnas.
Em 1928, a cafeicultura, então presente no sul do estado, expandiu-se e levou mais lavradores para a região.
Um edital publicado em 1937 declarando que a região do Rio Mantena pertencia a Minas Gerais deu início a um conflito que durou quase 30 anos. Minas invadiu a região e soldados foram enviados para lá, tratando com violência os moradores de São Sebastião, o que gerou um protesto do Espírito Santo junto ao então presidente Getúlio Vargas.
Os conflitos da Região do Contestado se acentuaram e somente foram resolvidos em 1963, quando os governos do Espírito Santo e de Minas Gerais celebraram o acordo que definiu as divisas na região.
O povoado de Gabriel Emílio, hoje Mantena, ficou no Estado mineiro, apesar de estar localizado mais perto da sede do município capixaba.