“O Brasil tem 13% de share (participação) na produção mundial e 14% de share na exportação mundial de café solúvel”, aponta o diretor de relações institucionais da Associação Brasileira das Indústrias de Cafés Solúveis (Abics), Aguinaldo Lima. Em 2017, com 4,5 milhões de sacas, o Brasil produziu quase o dobro do segundo colocado, o México (2,9 milhões). Nas exportações, foram 3,4 milhões de sacas nacionais frente às 3 milhões sacas da Alemanha.
No entanto, o café solúvel corresponde a 5% do consumo total de café no mercado interno. A perspectiva da indústria é dobrar o consumo nos próximos cinco anos. “O café solúvel é muito bom para misturas, por exemplo, com leite, é matéria-prima para os capuccinos e outras combinações. Queremos ampliar nossa atuação no mercado brasileiro, incentivar o consumidor brasileiro com o café solúvel através das grandes marcas que têm capacidade de distribuição para que o café solúvel chegue em qualquer ponto do país, oferecendo vários tipos e sabores”, comenta Aguinaldo Lima.
Para os consumidores, o principal empecilho para o consumo de café solúvel é o preço. Hoje uma embalagem de 50 gramas de café solúvel não sai por menos de R$ 3, mas as marcas tradicionais cobram entre R$ 4,50 e R$ 5 o sachê de 50 gramas. Enquanto a embalagem de vidro com a mesma quantidade custa em torno de R$ 12.
Uma novidade que tem ajudado a aumentar o consumo do café solúvel são as máquinas de café expresso que usam café solúvel e já podem ser vistas em muitas empresas e também em residências, mas o custo do equipamento e das cápsulas também é um obstáculo à popularização.
No primeiro semestre desde ano, segundo a Abics, os principais destinos do café solúvel produzido no Brasil foram Estados Unidos, Rússia, Indonésia, Japão e Argentina, repetindo a lista dos maiores compradores de 2017 e 2018.
Para os Estados Unidos foram exportadas 644.301 sacas no ano passado (US$ 97,3 milhões), enquanto a Rússia recebeu 439.062 (US$ 76 milhões).
Em todo o ano passado, o volume de exportações de café solúvel nacional avançou 6% ante 2017, passando de 3.482.908 de sacas para 3.725.656 de sacas. O faturamento, entretanto, teve baixa de 7%, diminuindo de US$ 642,5 milhões para US$ 599,8 milhões. Os índices consolidam o Brasil como líder em produção e exportação desse produto no mundo.
Ainda segundo Lima, o café solúvel é o 12º produto que mais movimenta recursos no agronegócio. “Nosso café solúvel está na liderança há mais de 50 anos. Temos mais de 25 certificações de controle de processos, qualidade, segurança alimentar, sustentabilidade, de categorias específicas, entre outros. São chancelas fundamentais para a conquista dessa liderança.”
Indústrias de café solúvel – No país, a produção do café solúvel está concentrada em seis grandes grupos – Nestlé, Café Iguaçu, Cacique, Campinho, Real Café e Cocam. Juntos, eles representam 99,5% do setor, de acordo com o presidente da Abics, Pedro Guimarães. A expectativa é que o mercado cresça 5% em volume e 2% em faturamento neste ano. (Weber Andrade com Conselho Nacional do Café)