Considerada a mulher mais velha do mundo, a japonesa Kane Tanaka completou 117 anos no dia 5 deste mês. Ela está Guiness Book, desde o ano passado. Mas, em Barra de São Francisco pode estar a segunda mulher mais idosa do Brasil. De acordo com reportagem do site Brasil247.com, uma baiana de Paulo Afonso, dona Inocência de Jesus, que completou 113 anos em julho do ano passado, é a mulher mais idosa do país. Um grupo estaria, inclusive, se preparando para colocá-la no Guiness.
Já a dona Maria Rita Pereira, que mora há mais de 90 anos em Barra de São Francisco estará completando 113 anos na próxima quarta-feira, 15.
Ela foi “descoberta” pelo prefeito Alencar Marim, em meados do ano passado, quando ele entregava o título de posse de um terreno a uma família do bairro Nova Barra.
Marim, que promete a dona Maria Rita retornar à casa dela, deverá fazê-lo nesta quarta-feira. Ele conta que ficou sabendo de dona Maria Rita recentemente, quando entregou o título de posse definitiva do lote da filha dela, dona Santa, em seu gabinete. “Não pude resistir ao desejo e necessidade de conhecer uma pessoa tão antiga, tão vivida. Gostaria de poder conversar mais com ela, ouvir os causos, as experiências”, comentou antes de se despedir e prometer que iria voltar para visita-la.
“Óia…”, disse dona Maria Rita com um ar de alegria no rosto. “Ela me cobra depois, vai perguntar: cadê aqueles homens que vieram aqui e prometeram voltar?”, afirma a filha dona Santa.
Muito lúcida, embora aborrecida com o frio, ela se levantou por volta de 9h30 para conhecer o visitante ilustre. A princípio encolhida com o frio do mês de julho, ela foi se soltando e até cantou algumas modinhas de antanho para o prefeito.
“Eu quero viver mais uns 50, não sei se vai dar, mas quero”, disse ela ao prefeito durante a visita à casa onde vive com a única filha, Zenilda, a dona Santa, que restou da prole de cinco filhos com Raimundo José Pereira, já falecido.
De acordo com a filha, a mãe tem mais “saúde” do que ela para se alimentar e não consegue ficar parada. “Mal acorda, fica rodando aí pelo quintal, senta para tomar um sol, mas quer trabalhar, como a gente. Se vê um tanque com vasilhas sujas, encosta e quer lavar”, relata.
Ainda segundo dona Santa, a mãe é muito lúcida e se lembra até do nome dos avós e bisavós. Gosta de sentar com o bisneto, Anderson e ficar contando causos de quando era nova, de quando gostava de ir aos forrós. “Até hoje ela gosta de dançar”, revela dona Santa e exibe o vídeo gravado no celular para comprovar a saúde física da mãe. (Veja os vídeos no final da reportagem)
Família veio de São Manoel do Mutum
Dona Maria Rita Pereira nasceu na região do Contestado, em 15 de janeiro de 1907, no município hoje conhecido por Mutum (MG). Mas, pela idade, o local ainda se chamava Vila da Guaxima, ou simplesmente Guaxima, nome dado pelo alferes Francisco Inácio Fernandes Leão, primeiro donatário daquelas terras, que foram tomadas aos índios botocudos, mais precisamente, os pokranes, que eram liderados pelo conhecido chefe indígena da época Guido Pokrane.
A data de fundação do município, que chegou a pertencer ao Espírito Santo, é 19 de junho de 1912, ou seja, 107 anos, cinco a menos do que dona Maria Rita. Antes de se emancipar, o local pertenceu aos municípios de Rio José Pedro (hoje Ipanema-MG) e Rio Pardo (hoje Iúna-ES).
Maria Rita, com certeza, veio para Barra de São Francisco montada em lombo de burros ou mulas, únicos meios de transporte de alimentos e outras provisões daquele tempo. As tropas saíam da região de São Manoel do Mutum em direção ao “norte”, como era chamado o promissor Patrimônio de São Sebastião (hoje Barra de São Francisco), subindo pelo rio José Pedro, até alcançar o rio Manhuaçu, onde atravessavam o rio Doce, em balsas e seguiam por Baixo Guandu e Pancas, ou mesmo por Resplendor até alcançarem a região.
Aqui dona Maria Rita criou seus cinco filhos e hoje tem dezenas de netos, bisnetos e tataranetos, a maioria deles radicada no Mato Grosso. “No ano que vem a família promete se juntar toda aqui para celebrar o aniversário dela”, afirma a filha dona Santa. (Weber Andrade com informações do IBGE)
Olá, Palmeiras destrito do municipio de Itaguaçu, tem uma senhora, que se não me engano, tem 110 anos, é o incrível que ela dança forró até hoje. Vale a pena pesquisar. Todos a chamam de Dona Joaquina.