Se você pensa em viajar para o litoral com cachorro nesse verão, deve se preocupar com uma doença com a qual nem todo mundo está familiarizado, mas que pode ser grave: a dirofilariose. Causada pelo verme Dirofilaria immitis, ela é conhecida também como “verme do coração”, uma patologia parasitária onde os vermes se instalam principalmente no coração, causando entre outras consequências, insuficiência cardíaca e levar o animal ao óbito. Não é comum, mas a doença também pode ser transmitida para humanos. A doença é transmitida pelos mosquitos mais comuns no país, o culex e o aedes, que também é transmissor da dengue, zika e Chikungunya.
O cuidado deve ser maior com quem mora ou vai levar o cão para o litoral, porque é nesse ambiente que os vetores da doença se proliferam. “Não é exclusivamente litorânea, mas o litoral é onde há maior incidência de casos. De forma geral, ela pode estar em locais com água em abundância, não somente nas praias, como também em represas e lagos”, explicou a médica veterinária Mireille Sabbagh.
Não pense que se o cão não for levado para a praia ele está afastado dos riscos. Só de estar em uma região em que tenha alto índice da doença o animal pode ser contaminado. Dois mosquitos são responsáveis por espalhar a doença. “São os mosquitos do tipo Aedes ou Culex. Os vermes adultos alojados no coração produzem larvas muito pequenas que ficam na corrente sanguínea, e o mosquito, ao se alimentar do sangue de um animal doente, vai contrair esta pequena larva. Quando este mesmo mosquito se alimenta do sangue de um animal sadio, ele transmite a larva para este animal”, esclareceu a especialista.
Sintomas e tratamento – Os sintomas da doença demoram a se manifestar no animal, geralmente quando a dirofilariose está em uma fase mais aguda. No entanto, é bom se atentar para o comportamento do cão, caso o animal comece a mostrar sinais de dificuldade respiratória, cansaço, tosse, emagrecimento e mucosas arroxeadas.
De acordo com a veterinária, a eficácia do tratamento está diretamente ligada ao ponto em que for diagnosticada. “O tratamento depende do estágio da doença e de onde estão localizados os vermes. Além de medicamentos antiparasitários e controle da insuficiência cardíaca, pode também ser necessário procedimento cirúrgico para retirar os vermes adultos”.
Prevenção – Para não expor o seu cachorro aos riscos da dirofilariose, vale levar o animal no veterinário de confiança. Atenção para não medicar o cão por conta própria, porque até a prevenção da doença é individualizada para cada pet.
“O tutor deve conversar com seu médico veterinário antes de ir a praia para estabelecer um controle parasitário eficaz que cubra a dirofilariose. Cada caso é um caso, tem cães de diferentes tamanhos, vários tipos de medicamentos. O animal pode ter peculiaridades de saúde. Não há um esquema comum para essa doença. Algumas raças têm restrições a certos antiparasitários. Então até a prevenção é muito individual. É entre tutor e o profissional da confiança”, concluiu Mireille. (Weber Andrade com Caio Mourão/G1 Minas Gerais)