O município de Ecoporanga registrou mais 201 casos novos de Covid-19 desde a última sexta-feira, 21, até esta segunda, 24. Na sexta-feira eram 599 casos e, hoje o numero chegou a 800.
O imenso número de casos novos tem como foco a igreja Tabernáculo, na verdade, uma comunidade que fica localizada poucos quilômetros antes da Sede do município, na ES-080, para quem vai de Barra de São Francisco.
De acordo com informações obtidas pelo site ocontestado.com, cerca de 200 fiéis da religião testaram positivo para a doença, o que provocou o estouro nos casos. Vale lembrar que Ecoporanga está há três semanas em risco alto no Mapa de Risco da Covid-19.
A igreja Tabernáculo é uma comunidade isolada, onde vivem cerca de 300 pessoas, porém, muitas delas saem durante o dia para trabalhar na Sede do município ou nas proximidades. Nesta semana foi feita uma testagem em massa no local. Felizmente, não há informação de mortes.
A igreja Tabernáculo Vitória, transferiu-se para Ecoporanga há mais ou menos 13 anos, quando os fiéis, decididos a viver isolados em um sítio, venderam os bens e construíram as casas na propriedade. Os fiéis doaram tudo o que tinham para morar nas dependências religiosas, o que, na época, causou revolta nos familiares.
No sítio localizado (doado por um fiel) foi construído um condomínio fechado onde os integrantes, teoricamente, viveriam afastados do mundo, plantando para sobreviver.
A implantação da sede, foi feita pelo pastor Inereu Vieira Lopes, 69 anos, nascido em Mantena (MG). Em 14 de outubro de 1974 ele se converteu por meio de um casal missionário da Igreja Batista. Em 1983 procurou estudar as doutrinas consideradas hereges conhecidas como ‘A ressurreição isolada do irmão Branham’. Passou a crer no chamado de Branham e, por meio da igreja Tabernáculo Vitória, tem exercido os ensinamentos deixados por ele. Hoje a igreja tem sedes em Santa Teresa, Vitória, Santo Antônio e uma propriedade em Ecoporanga. Conta com aproximadamente de 400 fiéis.
Sobre a crença – A crença da igreja Tabernáculo Vitória baseia-se na necessidade de um profeta nos últimos dias. Cita trechos do Velho Testamento como o chamado de Noé a que o povo não deu crédito e a vocação de Moisés para guiar o povo de forma a este não se corromper por falta de profetas. Os fiéis crêem que Deus não fala diretamente com o povo a não ser por um profeta. Consideram Cristo o primeiro profeta da graça (período pós-morte de Cristo), sendo João Batista o último profeta da disposição judia.
A igreja fala dos tempos atuais como instante de ‘contaminação mundana’ e as igrejas, por estarem pobres e frias, necessitariam de um profeta para orientá-las. O círculo lucrativo em que se transformaram as igrejas seriam para os fiéis a ‘apostasia do fim’. Assim, haveria um novo profeta que viria no fim dos tempos para ‘restaurar todas as coisas’. Ele, William Marrion Branham, levaria os fiéis à fé primitiva dos apóstolos, seria um profeta com o mesmo ministério que foi direcionado a Elias e João Batista.
Quem é o profeta – William Marrion Branham nasceu em 1909, nos Estados Unidos, aos 7 anos ouvia a voz de Deus e se converteu aos 14. Durante um batismo de 500 pessoas na Igreja Batista Missionária, ouviu um chamado de Deus para ser profeta assim como foi João Batista.
A igreja Tabernáculo Vitória crê que ele é o sétimo anjo citado em apocalipse. Faleceu em 24 de dezembro de 1965 e deixou gravados 1.200 sermões. (Weber Andrade com Observatório da Imprensa e Ascom/PME)