O inspetor penitenciário Pedrinho Godoy, que foi servidor municipal na gestão do ex-prefeito Luciano Pereira e, inclusive, foi condenado pelo Tribunal de Contas (TCE/ES) a devolver dinheiro recebido indevidamente, saiu ontem, 24, em defesa do seu ex-patrão, dizendo que Pereira teria deixado dinheiro em caixa e a obra da nova rodoviária de Barra de São Francisco com projeto pronto e já licitada. (Veja no final do texto, reprodução das matérias sobre a obra)
TCE-ES condena Pedrinho Godoy a devolver dinheiro de horas extras
Godoy, que nos últimos 3 anos e meio se dedicou a fazer oposição ao atual prefeito, chegou a dizer, recentemente, que Luciano Pereira não teria deixado dívidas para a atual gestão e que até as certidões negativas junto aos governos estadual e federal estavam em dia quando Luciano deixou a prefeitura de Barra de São Francisco. Ele chegou a divulgar o projeto da rodoviária, dizendo que o atual prefeito mandou fazer outro e encareceu a obra.
Barra de São Francisco terá na administração de Luciano Pereira a tão sonhada Rodoviária
A história da construção da nova rodoviária de Barra de São Francisco, remonta à década de 1990, quando o prefeito da época, Enivaldo dos Anjos, hoje deputado estadual, adquiriu o terreno em frente à atual rodoviária, cujo imóvel pertence à Viação Águia Branca.
De lá para cá, passados cerca de 26 anos, a situação pouco evoluiu. Depois de Enivaldo, veio um aliado dele, José Lauer, que sequer ousou falar em construir a rodoviária.
Em seguida veio o bioquímico José Honório Machado, que tentou, inclusive com doação de terreno, tirar a garagem da Viação Pretti do local e começar a construção da rodoviária, mas não conseguiu remover a empresa do terreno.
Foi apenas na gestão de Edinho Pereira, entre 2001 e 2004, que a Viação Pretti, finalmente, deixou o local, mas, a gestão de Edinho, interrompida em 2006, dois anos após sua reeleição, por crimes contra a administração pública, sequer cogitou realizar a obra.
Após a cassação do mandato de Edinho, o contador Waldeles Cavalcante, aliado de Enivaldo dos Anjos, assumiu a prefeitura e lá se manteve até 2012. Cavalcante, segundo reportagens da época, chegou a colocar placa anunciando a obra, no terreno, mas também não conseguiu levar o plano adiante.
Já o ex-prefeito Luciano Pereira, no final do terceiro ano do seu mandato, em 2015, reuniu parte da sociedade francisquense na CDL e anunciou que iria fazer a rodoviária e que tinha o dinheiro em caixa. A obra foi contratada com a empresa PSV.X Premoldados e Concreto Ltda, no valor de R$ 2.679,603,00, e o prazo de conclusão era de 10 meses. Como foi iniciada em fevereiro de 2016, deveria ter sido concluída em outubro daquele ano, mas, no final do mandato dele, a obra mal tinha começado a sair do chão.
Ao assumir, o atual prefeito, Alencar Marim, cancelou o contrato, em comum acordo com a empresa PSV.X, porque o próprio empresário reconheceu que, devido aos atrasos no repasse de recursos, o custo do projeto aumentou. Marim, que diz ter assumido uma dívida pontual de mais de R$ 15 milhões da gestão de Luciano Pereira, alegou que não teria como tocar o projeto no início do seu mandato. (Weber Andrade)